Os incêndios e o aprendizado no Brasil

Unificando a linguagem

Para prosseguirmos com o aprendizado decorrente dos grandes incêndios, facilitar a comunicação quando da apresentação dos exemplos e críticas, e unificar a linguagem entre o que entendemos e estamos apresentando ao leitor, cabe esclarecer que elegemos a Segurança Contra Incêndio como dividida entre os se- guintes grupos de Medidas de Proteção Contra Incêndio (MPCI):

  • Prevenção de incêndio.
  • Proteção contra incêndio.
  • Combate a incêndio
  • Meios de escape.
  • Gerenciamento.

E assim compreendemos essa divisão:

Prevenção – Abrange as medidas de segurança contra incêndio que objetivam “evitar” incêndios (união do calor com combustíveis), as quais serão mais importantes quanto maior a quantidade e mais fracionado o combustível (gases, vapores, poeira). Em síntese: são as medidas que trabalham o controle dos materiais com- bustíveis (armazenamento/quantidade) das fontes de calor (solda/eletricidade/cigarro) e do treinamento (edu- cação) das pessoas para hábitos e atitudes preventivas.

Proteção – São as medidas que objetivam dificultar a propagação do incêndio e manter a estabilidade da edificação. Normalmente são divididas em proteções ativas e passivas, conforme trabalhem, reagindo ou não em caso de incêndio. Exemplos de medidas de proteção passiva: paredes e portas corta-fogo; diques de con- tenção; armários e contentores para combustíveis; afastamentos; proteção estrutural, controle dos materiais de acabamento. Exemplos de medidas de proteção ativas: sistema de ventilação (tiragem) de fumaça; sistema de chuveiros automáticos (sprinkler).

Combate – Compreende tudo o que é usado para se extinguir incêndios, tais como: equipamentos ma- nuais (hidrantes e extintores) complementados por equipes treinadas; sistemas de detecção e alarmes; sistemas automáticos de extinção; Planos de Auxilio Mútuo – PAMs; corpo de bombeiros públicos e privados, condições de acesso à edificação pelo socorro público; reserva de água (e hidrantes públicos), etc..

Meios de escape – Normalmente constituído por medidas de proteção passiva, tais como escadas se- guras, paredes, portas (corta-fogo), podem incluir proteção ativa, como sistemas de pressurização de escadas e outros. Dependem ainda dos sistemas de detecção, alarme e iluminação de emergência e, em alguns casos, de uma intervenção complementar de equipes treinadas para viabilizar o abandono, especialmente nos locais de reunião de público. Destacamos essa medida de proteção contra incêndio das demais devido à sua importância fundamental para a vida humana e por sua ação básica nos trabalhos de resposta a emergências, visto que as equipes de resposta normalmente acessam a edificação e as vítimas por meios de escape.

Gerenciamento – Incluímos nessa medida de proteção contra incêndio todas as medidas administrati- vas e de dia-a-dia, como o treinamento e reciclagem das equipes de resposta a emergências, a existência de um plano e um procedimento de emergência, a manutenção dos equipamentos instalados, a adequação dos meios instalados com o risco existente (o qual muitas vezes se altera sem que se efetue a necessária adequação dos meios), etc. Em síntese, abrange a manutenção dos sistemas e a administração da resposta às emergências, nelas inclusos o treinamento do pessoal e sua ação fundamental em locais de reunião de público (já citado acima).

A Segurança Contra Incêndio, em nosso entender, se faz com a presença de todas essas medidas, devida- mente balanceadas. Vejamos agora, de forma resumida, como estava a Segurança Contra Incêndio no Brasil antes dos incêndios que provocaram as maiores mudanças na sociedade brasileira e quais foram as alterações ocorridas.

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