Existem duas linhas da chamada ‘engenharia de incêndios’ a passiva, que age preventivamente, consiste em preparar as construções para que elas sejam minimamente suscetíveis ao fogo, escolhendo os materiais que forem menos inflamáveis etc.; e a ativa, que trata do combate direto ao fogo mesmo.
Dentro desta linha, o recurso que tem mostrado mais eficácia no combate a incêndios são os sprinklers, aqueles pequenos chuveiros que, presos ao teto ou ao chão, produzem uma chuva circular quando a temperatura aumenta.
Os sprinklers são o único sistema que inicia o combate sem a necessidade da ação humana; qualquer outro meio, como extintores e mangueiras, obviamente pressupõe a ação de pessoas. Normalmente é aí que se encontra o problema do combate, pois como o fogo provoca altas temperaturas em pouquíssimo tempo, e a fumaça escurece o ambiente e tira o oxigênio, é particularmente complicado enfrentar o incêndio.
O sprinkler é um pequeno chuveiro, fechado por um elemento sensível, chamado bulbo, à temperatura, instalado numa rede de tubulação hidráulica, que deve estar constantemente pressurizada. Como os bicos estão fechados pelo elemento sensível, não há problemas de vazamento.
Quando a temperatura ambiente começa a aumentar pela ação do fogo, o bulbo abre o sprinkler. Para melhor controlar essa abertura, foram definidas algumas temperaturas de acionamento. No mundo inteiro se fabricam sprinklers com bulbos que se abrem às temperaturas de 68, 79, 93 e 141º C. Existem algumas outras variações, mas estas são as temperaturas mais comuns. A maior parte dos sprinklers disponíveis no mercado brasileiro se abre a 68º C.
Começando um incêndio, a temperatura vai se elevando. Ao chegar à temperatura de acionamento do bulbo, ele se rompe, liberando a passagem da água, que cai circularmente, cobrindo uma área de 16 m2. Caso o incêndio já se encontre numa área maior, outros sprinklers se abrirão; e é muito comum que dois ou três sejam suficientes para dar conta do recado. Os sprinklers abrem-se individualmente, e por isso não há risco de que o fogo em um cômodo provoque uma chuva dentro de outro que não tem nada a ver.
A utilização dos sprinklers em prédios antigos é um pouco complicada, porque as obras para a instalação dos mesmos seria dispendiosa demais, já que seria preciso quebrar muitas coisas existentes e ocultar depois toda a tubulação. Seria o caso de considerar uma tubulação aparente e uma excelente proteção, apesar da questão estética.
O uso de sprinklers reduz em até 78% o prejuízo causado pelos incêndios. Isto acontece não só pela eficácia do sistema, que entra em ação logo no começo do incêndio, como também pelo fato de que eles causam muito menos danos à propriedade do que as mangueiras e extintores.